O Projeto “MARAGOJIPE CIRCULANDO COM O SAMBA DE RODA E OS MASCARADOS ANO III”


 


O Projeto “MARAGOJIPE CIRCULANDO COM O SAMBA DE RODA E OS MASCARADOS ANO III”, que promoverá a circulação do Samba de Roda e os Mascarados, por cinco cidades do interior da Bahia com a realização de 20 (vinte) apresentações de samba de roda promovidas mensalmente nas cidades de Maragogipe, Cabaceiras do Paraguaçu, Governador Mangabeira, Muniz Ferreira e Conceição do Almeida no período de 12 de fevereiro 2022 a 18 de junho de 2022. As atividades serão realizadas aos sábados, ocorrerá nos locais (Maragogipe: Casa da Cultura de Maragojipe, Cabaceiras do Paraguaçú: Parque Histórico Castro Alves, Governador Mangabeira: Associação Cultural de Tocos I, Comunidade da Zona Rural, Muniz Ferreira: Centro de Treinamento Municipal e Conceição do Almeida: Centro Cultural Francisco de Souza Filho e serão antecedidas de palestras com rodas de diálogos e oficinas de cunho cultural/artesanal.  A atividade acontecerá divididos sumariamente em 4 (quatro) momentos distintos: palestras, rodas de diálogos, oficinas e apresentações dos grupos. A circulação contará com as apresentações do grupo dos mascarados de Maragogipe e o Grupo Samba de Maragogó em todas as cidades contempladas pelo projeto afim, de preservar e difundir a cultura popular local e regional.

 

O projeto promoverá a difusão, intercâmbio, preservação da memória, e manutenção do samba de roda e os mascarados de Maragojipe como Patrimônio Imaterial.

 

Este projeto foi contemplado no Edital nº 12/2019 Setorial de Territórios Culturais 2019 e conta com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia. 

 

História do Samba de Roda e os Mascarados de Maragojipe –

 

Na história oral, o início do samba de roda se deu no século XIX, nas lavouras da Bahia ainda à época da escravidão. De acordo com o IPHAN (2006) “o Samba de roda baiano é uma expressão musical, coreográfica, poética e festiva das mais importantes e significativas da cultura brasileira. (...)” (IPHAN, 2006, p. 24). Presente em todo o estado da Bahia, ele é especialmente forte e mais conhecido na região do Recôncavo. Seus primeiros registros, já com esse nome e com muitas das características que ainda hoje o identificam, datam dos anos 1860. O Samba de Roda traz como suporte determinante tradições culturais transmitidas por africanos escravizados e seus descendentes. Tais tradições incluem, especialmente, o culto aos orixás e caboclos, o jogo da capoeira e a chamada comida de azeite. A herança negro-africana no Samba de Roda se mesclou de maneira singular a traços culturais trazidos pelos portugueses – como certos instrumentos musicais, viola e pandeiro principalmente – e à própria língua portuguesa nos elementos de suas formas poéticas. Das senzalas, o samba de roda começou a se espalhar pelo estado, surgiram diversos tipos de samba de roda, com seus jeitos próprios de dançar, tocar e influenciar as músicas produzidas nos salões nobres da época. Posteriormente, o samba de roda deu origem ao mais brasileiro dos ritmos, e que se tornou o símbolo de brasilidade desde o início do século XX aos dias atuais - o samba, que hoje faz parte da MPB, de Chico Buarque, ao Hip Hop. Apesar deste importante histórico, o samba de roda quase se extinguiu. Segundo o dossiê “Samba de roda do Recôncavo Baiano” do IPHAN (2006) é perceptível a precariedade material em que vive boa parte das sambadoras e sambadores do Recôncavo. O principal risco de desaparecimento do samba de roda está ligado às difíceis condições sociais e econômicas em que vivem seus praticantes. Em sua maioria, negros; falantes de português dialetal, estigmatizado socialmente; em situação econômica precária, pois vivem de agricultura de subsistência, da pesca ou de aposentadorias irrisórias, eles não se apresentam, para maior parte da juventude da região, como modelos a imitar, mas antes como a personificação de um estado do qual se quer escapar (IPHAN, 2006, p. 79). O “querer escapar” da tradição do samba pode ser facilmente interpretado como uma visível depreciação do seu significado histórico e cultural. Em suma, grande parte da nossa juventude tende a voltar seus olhos para novos gêneros e estilos de diversão, difundidos pelos meios de comunicação de massa, tais como o pagode e o arrocha. Buscando fazer o movimento inverso à realidade acima contextualizada, a partir de 2004, sambadores e pesquisadores buscaram fomentar a cultura do samba de roda. Como resultado, o samba foi declarado pelo IPHAN, como Patrimônio Imaterial do Brasil e Obra Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Com esses títulos os grupos de samba de roda começaram uma árdua luta, ainda bem distante de acabar, para preservar e transmitir às novas gerações a importância do samba de roda. Como resultado dessa valorização, conseguimos, em 2007, inaugurar a primeira Casa do Samba de Roda do Recôncavo Baiano -ASSEBA em Santo Amaro da Purificação, como sede de um movimento de preservação cultural que vem se multiplicando (MARTINS, 2011). Dessa forma, é fundamental reiterar a necessidade dessa difusão por outros centros culturais da região que tem como objetivo manter vivas as tradições da cultura afro brasileira, mas que, ainda estão em fase de consolidação. E é justamente nessa perspectiva que nosso projeto ressalta sua importância para o campo artístico das tradições da cultura afro-brasileira, já que, fornece no seu escopo ações que propiciam o avivamento e a salvaguarda do samba de roda – reconhecido como bem imaterial e patrimônio cultural do Brasil e do carnaval dos mascarados de Maragojipe – reconhecido pelo IPHAN, no ano de 2009, como patrimônio imaterial da Bahia pelo brilhantismo das diversidades das máscaras e do simbolismo que, na verdade, está associado com os sambas de roda locais no período carnavalesco. Depois dos esforços empreendidos para a realização da primeira edição do projeto e do alcance regional materializado, podemos afirmar que, de fato, nosso objetivo foi cumprido de forma primorosa. Com uma participação massiva, o projeto tornou-se referência na região e, com vistas a ampliar essa rede do samba, nós justificamos a execução de uma segunda edição dada a necessidade em promover cada vez mais o resgate da identidade cultural do samba de roda e dos mascarados e salvaguardar essa que é uma das principais manifestações culturais da região do Recôncavo da Bahia. Referências: IPHAN. Dossiê: Samba de Roda do Recôncavo da Baiano. Brasília, DF: Iphan, 2006 MARTINS, Thereza. Samba de roda em Maragojipe: “Obra-prima do patrimônio oral e imaterial da humanidade. 25 de novembro de 2005.

 

 

Objetivos:

 

Geral: Fortalecer a identidade cultural e o intercâmbio dos mestres, mestras, sambadores e sambadeiras negros (as) do Recôncavo da Bahia através da promoção de encontros mensais nas cinco cidades relacionadas no projeto e, assim, estimular a criação, a produção musical destes grupos e a preservação deste patrimônio imaterial.

Específicos: Valorizar o saber e a cultura popular, Realizar palestras educativas,  Fomentar o diálogo entre os saberes e fazeres, Realizar rodadas de bate papo promovendo interação entre os (as) participantes e o público em geral, Fortalecer o samba de roda no carnaval dos mascarados de Maragojipe, visando salvaguardar este importante Patrimônio Cultural e Imaterial, com sua história e seus saberes, Fortalecer as casas de samba de roda nas cidades visitadas, promovendo assim o empoderamento das mesmas, Descobrir novos talentos, Divulgar as manifestações artísticas, estimulando a criação e o fomento através de instrumentos materiais, Firmar convênios com órgãos oficiais e privados, Fomentar o interesse pela cultura e pelas artes, Incrementar o desenvolvimento sócio -cultural da população de Maragojipe e cidades circunvizinhas, Estimular o conhecimento dos nossos valores culturais da região.

 

 

 

Fundo de Cultura da Bahia (FCBA) - Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura em articulação com as Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, geralmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada. Modelo de referência para outros estados da federação, o FCBA está estruturado em quatro linhas de apoio: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Cultural; Fomento Setorial.

 

SERVIÇO

 

PROJETO “MARAGOJIPE CIRCULANDO COM O SAMBA DE RODA E OS MASCARADOS ANO III”

Mesa de Abertura, Palestra, Roda de Diálogo e Apresentação dos Grupos de Samba de Roda: SAMBA DE RODA DA ENXADA, SAMBA DE RODA DO MACHUCADOR, SAMBA DE RODA MARAGOGÓ E O GRUPO DOS MASCARADOS DE MARAGOJIPE.

Quando: 12 de fevereiro de 2022, 14h

Local: Casa da Cultura de Maragojipe, Praça Ermezindo Mendes nº 01, Centro Maragojipe – BA

 

 

Palestra, Roda de Diálogo, oficina de Cavaquinho e Apresentação dos Grupos de Samba de Roda: SAMBA DE RODA MARAGOGÓ, SAMBA DE BUMBA MEU BOI,

SAMBA MIRIM RAÍZES DO PARAGUAÇÚ E OS MASCARADOS DE MARAGOJIPE

 

                                                    

Quando: 26 de março de 2022, 14h

Local:  Parque Histórico Castro Alves, Praça Castro Alves, 106 – Centro, Cabaceiras do Paraguaçú - BA

 

Palestra, Roda de Diálogo, oficina de Cerâmica e Apresentação dos Grupos de Samba de Roda: SAMBA DE RODA MARAGOGÓ, SAMBA MIRIM RENOVAÇÃO DO RECÔNCAVO, SAMBA DE TOCOS I E OS MASCARADOS DE MARAGOJIPE

 

 

Quando: 23 de abril de 2022, 14h

Local: Associação Cultural Samba de Tocos I, Comunidade da Zona Rural, Governador Mangabeira - BA

 

 

Palestra, Roda de Diálogo, oficina de Percussão e Apresentação dos Grupos de Samba de Roda: SAMBA DE RODA MARAGOGÓ, SAMBA DA CAPELA MIRIM, GRUPO TERNO DE REIS E OS MASCARADOS DE MARAGOJIPE                                                                                              

 

 

Quando: 21 de maio de 2022, 14h

Local: Centro de Treinamento Municipal, Rua 13 de maio, centro, Muniz Ferreira - BA

 

 

Palestra, Roda de Diálogo, oficinas de Viola/ Samba de Roda e Apresentação dos Grupos de Samba de Roda: SAMBA DE RODA MARAGOGÓ, SAMBA MIRIM RENOVAÇÃO DO RECÔNCAVO, SAMBA DA CAPELA E OS MASCARADOS DE MARAGOJIPE

 

 

Quando: 18 de junho de 2022, 14h

Local: Centro Cultural Francisco de Souza Filho, Rua 2 de Julho, centro, Conceição do Almeida - BA

 

 

Informações: (75) 999780030 Paulo César - Coordenador Geral do Projeto

Site: www.maragojipecirculando.com.br